quinta-feira, 16 de outubro de 2008

um, dois, três, quatro e a rua é nóiz


No começo era um frio na barriga, a vontade de dizer algo, gritar oque se sente para que todos ouçam... Todos sintam, vejam e quando se virarem de costas convencidos pelo horário de que é o momento de sair de uma casa para ir á outra, lembrem-se do que aconteceu hoje...lembrem-se de como um momento pode mudar uma vida e tornem-se maiores por interiorizar isso. Gravem em seus espiritos que a vida acontece e que a morte é mais próxima do que se imagina, todos os momentos passados pertencem a ela.
Um gesto, uma palavra, uma frase, uma rima, uma sessão, com o mesmo frio na barriga que me acompanha desde quando ainda davam risadas ao ouvir um nome diferente... um ambiente inteiro murmurava e isso só diminuia, não parava, quando uma batida musicava os devaneios proferidos por mais um ninguem...
Depois o microfone volta ao seu local de repouso, o pedestal, eu viro as costas desço como se tivesse apenas feito um favor como quem avisa "ei fulano perdeu a carteira..." encarando a criação e a redefinição como prestação de serviço pelo qual não se deve sentir nada além da sensação de dever cumprido, a sensação de que eu não fiz mais do que a minha obrigação...
O pagamento?
É olhar os olhos deles, lá dentro e sem trocar uma palavra com eles, desçer do palco com a certeza de que nunca se esquecerão... O Emicida fez uma sessão de improviso.

pode fechar a boca.

A rua é nóiz.

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